sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Memória Boa

Acho que minha memória é fraca
porque não gosto de sentir saudades

O rastro do cheiro dissolve-se
As linhas da imagem apagam-se
As gargalhadas silenciam-se

Falham as rememorações
que é para abrir espaço
para novas comemorações

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Loronha

Calma!
Ainda não voltei pro corpo,
perdi-me entre o azul do céu
e o azul do mar.

Casa comigo Vento!
E me faz andorinha.

Doce esmeralda,
branda e gentil
deixe-me mergulhar
na cadência de suas ondas

Meu silêncio é a canção
que canta o vento
e toca o mar.


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Cronos

Do tempo que não temos
só conheço o enquanto
o antes e o depois
não passam de mero encanto

Coabitar

Não confio em flores sem insetos
ou perderam seu néctar
ou perderam sua sutil natureza
ou perderam a vida
como plásticos objetos
de estéril beleza

domingo, 14 de julho de 2013

Domingo pede carroça

Ela acorda o mais tarde que consegue no domingo, 
mas antes das 8h já está de pé. 
Escolhe fazer compras em um mercado idêntico ao que há próximo de casa,
mas a alguns kilometros de distância,
só pra juntar algumas obrigações domésticas com o prazer de pedalar, 
numa calma manhã do inverno carioca. 

Decide pegar o caminho ribeiro,
com estrada sem asfalto, 
com crianças correndo,
com gente na portão,
com um senhor, 
numa velha carroça movida à cavalo,
que não se contém em estranhar uma bicicleta baixinha, 
com uma grande cesta no bagageiro 
e uma condutora de cabelos despenteados 
que igualmente estranha o encontro desses dois objetos sobre rodas...

segunda-feira, 8 de julho de 2013

terça-feira, 4 de junho de 2013

Desnaturalização

Da língua quente
as palavras
como milho
explodem
pipocam
alimentam